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Hoje trazemos-vos uma história diferente, inserida no tema dos músicos que passaram pela Banda. A Banda de Música de Arrifana tem uma longa tradição familiar, desde a sua fundação que sempre existiram vários membros da mesma família. No século XIX inclusive chegou a existir duas bandas, uma delas conhecida como a dos Leite, visto que maior parte dos membros eram dessa família.


Como nos conta Lopes (2010) a Banda de Música de Arrifana possui «uma característica muito própria, que advém do facto de ter contado sempre nas suas fileiras de acordo com a tradição oral e elementos de arquivo, com significativo número de executantes e, também, regentes, pertencentes à mesma família, o que lhe concede uma certa mística…» (Lopes, 2010, p.86).


Este amor à banda que foi sendo transmitido por sucessivas gerações de familiares de músicos, tornou-se tão comum, que principalmente nos momentos menos bons, ganhava um maior fulgor, sendo um auxílio importante na ultrapassagem de obstáculos (Lopes, 2010, p.86).


São vários os exemplos que vos podíamos trazer aqui, como o de Manuel Nunes de Azevedo, o sr. Manuel do bombo (1909-1996), cujo o pai Domingos Nunes de Azevedo, também foi músico (com mais de 74 anos de serviço) e que teve ao seu lado o seu filho Manuel, trompetista, e o neto, Manuel Luís, igualmente trompetista. Lopes (2010) refere ainda que esta tradição familiar se encontra, igualmente, bem expressa nos regentes - «com certeza, uma das razões para a longevidade desta Associação Musical», como foi o caso de Belmiro Soares Ferreira que cativou para a Banda as suas três filhas e a neta Cátia, que também o é do executante Manuel Dias de Carvalho (Lopes, 2010, p.87).


Podiam ser contadas muito mais histórias de tradições familiares na banda, ficam apenas estes exemplos, como uma justa homenagem a todas as outras famílias, que fizeram e fazem parte da banda, «num admirável gesto de amor e bairrismo, a servir, a engrandecer e a perpetuar a Banda de Arrifana» (Lopes, 2010, p.87).


Em breve serão contadas mais histórias acerca do longo percurso da Banda pela música, e da sua tradição. Fiquem atentos!!! Saudações Musicais A Banda de Música de Arrifana

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Hoje a história que trazemos aqui é sobre a Festa das Fogaceiras. De tradição histórica a festa das fogaceiras conta com mais de 500 anos de história. É realizada anualmente no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, feriado municipal no Concelho de Santa Maria da Feira.


Esta remonta ao século XVI mais precisamente ao ano de 1505, ano esse, em que a peste assolou novamente Portugal. Segundo a tradição, os Condes do Castelo da Feira prometeram a São Sebastião realizar uma festa anual em sua honra se o santo livrasse o seu povo da peste. O «voto» da promessa seria uma fogaça, bolo cujo formato foi inspirado nas quatro torres do castelo (Rodrigues, A Festa das Fogaceiras de Santa Maria da Feira).


São Sebastião tornou-se assim o santo padroeiro de todo o condado da Feira. Porém, entre 1749 e 1753 o povo deixei de fazer a festa e voltou a peste às terras de Santa Maria nesse período. A tradição voltou a cumprir-se e nunca mais parou até aos dias de hoje (Rodrigues, A Festa das Fogaceiras de Santa Maria da Feira).


«A tradição exige que, no decorrer desta festa as meninas fogaceiras, vindas de todo o Concelho de Santa Maria da Feira, desfilem no Cortejo cívico e na Procissão, vestidas de branco, com faixas à cinta de variadas cores, levando à cabeça uma fogaça. As fogaças são enfeitadas com pequenas bandeirolas de papel metalizado». Para além disso durante a missa solene, três das crianças que transportam fogaças de tamanho grande, oferecem uma ao prelado da Diocese, outra em fatias às pessoas distintas da cidade, e a outra aos presos da cadeia (Rodrigues, A Festa das Fogaceiras de Santa Maria da Feira).


Desta tradição secular, acredita-se que a Banda faça parte dela desde o ano de 1812, que ficou marcado pela execução da obra “Abertura 1812 de Tchaikosky”. Desde essa época que de dois em dois anos a Banda de Música de Arrifana juntamente com uma das três bandas do concelho marca presença na Festa das Fogaceiras (Lopes, 2010, p.97).


Desde essa época que a Banda tem marcado presença na Festa das Fogaceiras. Em 1903 por exemplo, não só participou na procissão como na própria missa, tocada pela banda, bem como num concerto realizado à noite nesse mesmo dia (Lopes, 2010, p.97). Atualmente, as bandas do concelho tocam no cortejo cívico e na procissão que ocorre durante a tarde. O ciclo das festividades termina no fim-de-semana a seguir com um concerto no Europarque das quatro bandas filarmónicas, mais de 200 músicos em palco, com temáticas diferentes todos anos.


Em breve serão contadas mais histórias acerca do longo percurso da Banda pela música. Fiquem atentos!!!


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Hoje, a história que trazemos remonta a uma longa tradição da Banda de Música de Arrifana – a Caldeirada de Grelos. Não existe uma data precisa para quando foi iniciada esta tradição, o que se sabe é que remonta a tempos muito antigos, talvez ao final do século XIX. A Caldeirada de Grelos também conhecida na época como “ceia anual”, realizava-se sempre no princípio de cada ano. Atualmente realiza-se em março, tendo sofrido adaptações ao longo dos anos (Lopes, 2010, p.63).


Inicialmente estas reuniões contavam apenas com a presença dos músicos e do regente. Eram aproveitadas «para apresentação detalhada das contas, pelo tesoureiro, e para o balanço do ano findo e preparação da próxima época, pelo regente. Durante largos anos, foram chamadas de “ceia da sociedade” – uma espécie de assembleia-geral dos nossos dias…mas ao redor de uma apetitosa e retemperada mesa» (Lopes, 2010, p.63).

Estas “ceias anuais da banda” chegaram a ser noticiadas pelo Correio da Feira. Atentemos a esta notícia publicado no ano de 1934.


«Conforme foi anunciado realisou-se a costumada festa e ceia anual de confraternização dos executantes da Banda de Música que sempre se leva a efeito e que tem o condão de despertar, aproximar e entrelaçar cada vez mais, os laços de amizade que unem e existem entre a família musical arrifanense. A festa decorreu com animação e entusiasmo. Uma surpresa estava reservada. A meio dela quando todos se sentiam satisfeitos de jubilo, ouviu-se o estalejar de foguetes, ribombando como trovões, anunciando aos quatro cantos da freguesia que tudo corria animadamente. Foi um delírio! Nesse instante, o sub chefe levanta um viva à Arrifana, à Música ao nosso Regente! O foguetório continuou atroando os ares! Tiro de peça, tiros de três e seis bombas, e por fim o de fantasia, aquele a que o povo, vulgarmente, chama de lágrimas. Sim lágrimas…; mas não de saudade, lágrimas de alegria, de contentamento! Quanto é consolador registar que todos se vão compenetrando do seu dever e capacitando-se que a Banda há-de continuar a caminhar na sua marcha triunfante! É assim mesmo» (Lopes, 2010, p.63).


A “caldeirada de grelos” de 2009 ficou marcada pela assinatura do protocolo de cedência de um lote de terreno para a Banda construir a sua sede social, pela atuação soberba da banda sob a direção de Filipe Oliveira, e mais seis dezenas de alunos da Escola de Música. Esta caldeirada contou com a presença «das esposas dos dedicados executantes como convidadas – como já tinha acontecido no convívio de 1982…», mas também com a presença do Presidente da Junta de Arrifana, e o Vereador da Câmara Dr. Amadeu Albergaria, entre muitos outros convidados. Desde os anos 70 que esta ceia, incluía a presença de autoridades locais, alguns amigos, beneméritos e coletividades da freguesia, passando a registar um maior número de convidados, daquilo que era habitual, com destaque para antigos executantes, e principalmente para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira (Lopes, 2010, p.69).


Estes encontros eram também aproveitados para homenagear antigos membros pelo seu trabalho na banda, através do descerramento dos seus retratos, na sede social. Os primeiros homenageados foram «Roberto Nunes de Azevedo e Tenente João Alves, no ano de 1938, seguidos de Manuel Rodrigues da Silva e Francisco Gomes da Cruz, em 1940. Sucederam-se em 1971 – Élio Correia de Amorim, Manuel Gomes Coelho Peixoto e Cipriano Joaquim Gonçalves; em1972 – Amadeu Joaquim Gonçalves, Alexandre Ferreira Tavares, Basílio Dias de Oliveira, Anacleto Lima de Azevedo e D. Maria Dias de Pinho Cruz; em 1980 – Alcides Branco de Carvalho; em 1996 – Manuel Moreira Guerra; em 2006 – José Alberto Leite da Silva e Delfim dos Santos Ferreira; em 2007 – Dário Soares de Matos; e em 2008 – Alcino Pereira Monteiro» (Lopes, 2010, p.69).


Antes de terminar gostaríamos de vos contar mais uma curiosidade. Sabiam que o nome “Caldeirada de grelos”, surgiu porque durante muitos anos a tradicional ceia da Banda, era composta por batatas cozidas, bacalhau e grelos, daí ser conhecida atualmente como “Caldeirada de Grelos”.



Em breve serão contadas mais histórias acerca do longo percurso da Banda pela música. Fiquem atentos!!!


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