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A história do “Padre Nosso dos Músicos”

A história de hoje é um pouco diferente daquelas que vos trouxemos anteriormente. Hoje vamos falar-vos do Padre Nosso dos Músicos. Um episódio diferente não ligado diretamente à nossa instituição, mas que tínhamos todo o gosto em partilhar com todos vós.


É, do conhecimento geral que festa significa a solenização de um acontecimento feliz, a comemoração de um determinado momento, evento, uma reunião alegre, que são anunciadas por diversos elementos. Um dos seus anunciantes são as Bandas Filarmónicas. As suas entradas nas festas «sob o ruidoso estralejar de foguetes, representa um momento forte de entusiasmo e animação, ritmado pelos acordes musicais de Marchas cheias de vigor e alegria, tão do agradado das pessoas» (Lopes, 2010, p.186).


Porém, nem tudo é uma festa pois, por vezes existem arruadas tão extensas, por caminhos tão acidentados, estreitos e poeirentos, debaixo de um calor tórrido e sufocante, que obrigam a um grande esforço por parte dos músicos e, levam, «naturalmente, os executantes, apesar do seu brio e espírito de serviço, a desejarem entradas mais suaves!» (Lopes, 2010, p.186). Com o passar dos anos, felizmente as comissões de festas e, também, por parte dos dirigentes das filarmónicas começou a existir uma maior compreensão com este pormenor das alvoradas, que durante muito tempo foram bastante duras. Embora, possam existir ainda exemplos dessas arruadas, não são recorrentes (Lopes, 2010, p.186).


Estas arruadas difíceis, levaram a que os músicos se juntassem em 1934, e criassem um «Padre Nosso dos Músicos, que foi publicado pelo “Correio da Feira”, nesse mesmo ano.


«O Padre Nosso dos músicos


Padre Nosso que organizais festas, santificado e bem pago seja o nosso trabalho, venham a nós os vossos convites e o respetivo ‘arame’, seja feita a vossa vontade tanto na igreja como no coreto, a remuneração de cada festa nos dai logo, perdoai-nos alguma nota desafinada ou algum toque falso, como nós vos perdoamos o pedido do abatimento do preço, não dos deixeis perder a embocadura nem firmeza na execução, livrai-nos dos ensaios, festas gratuitas e alvoradas – Amén» (Lopes, 2010, p.186).


Contaremos mais histórias no futuro acerca da Banda e, outros momentos que façam parte do trabalho das filarmónicas. Fiquem atentos!!


Saudações Musicais

A Banda de Música de Arrifana


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