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Ao longo de mais de 218 anos de história de Banda de Música, existem muitas histórias e festas que marcaram o percurso da Banda, sendo que algumas fazem parte do calendário da instituição há vários anos. Existem vários exemplos que poderiam ser aqui relatados, mas hoje falaremos acerca da Festa de Arada, a Festa a S. Lázaro em Ovar. Este é o fim-de-semana da festa nesta terra e, por isso, gostaríamos de assinalar esse facto com um testemunho.

Há muitos anos atrás a Banda de Música deslocava-se a Arada para celebrar e abrilhantar a Festa de Nossa Senhora do Desterro, realizada em maio. Porém, há anos mais tarde, ao que o Sr. Arlindo (um dos músicos mais antigos em atividade, desde 1976) conseguiu apurar junto de um antigo músico da Banda, Sr. Ângelo Faria (antigo clarinetista) a Comissão de Festas de Arada começou a celebrar a Festa a S. Lazaro, realizada duas semanas antes da Páscoa, tendo endereçado um convite à nossa instituição. Desde 1949, ao que se sabe, que a festa é realizada pela Banda. De acordo com o testemunho do Sr. Ângelo Faria, a Banda de Música de Arrifana anteriormente e, talvez ainda hoje, é conhecida como a Banda da terra, por todos estes 72 anos de cooperação e companheirismo demonstrado por ambas as partes. Apenas houve um ano em que não foi realizada a Festa, 2020 devido a Covid-19. Porém, dentro das limitações este ano de forma simbólica a Comissão de Festas decidiu marcar o dia com realização apenas da missa, em que estará presente a Banda de Música, apenas com alguns dos seus músicos, devido às restrições em vigor.

A execução da festa passava pela entrada, missa e procissão, sendo que durante alguns anos houve serviço durante a tarde. No final a comissão de festas, oferecia um lanche, com bolachas, queijo, vinho, como nos contam Sr. Arlindo e o Sr. Ângelo Faria. No tempo do regente Belmiro Ferreira chegou-se a ser realizado um pequeno concerto antes da missa. Atualmente, é dada a entrada logo de manhã cedo, seguida da missa e a procissão no final, em que a Banda marca a sua presença.


Contaremos mais histórias no futuro acerca da Banda, fiquem atentos.


Um dos momentos da Festa de Arada (Fotografia antiga)

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Hoje gostaríamos de vos trazer uma história diferente. Esta irá falar acerca das casas ensaio da Banda, foram várias até à construção do nosso edifício atual.


Não sabemos ao certo qual foi a primeira casa ensaio da Banda, devido à inexistência de documentos que falem dessa época. Acredita-se que nos finais do XIX «a dois passos da estrada, no Outeiro, ensaiava a Banda dos Leites, e no sobrado demolido do Moreira Garcia, junto à feira de Baixo, ensaiava a do Martins» (Lopes, 2010, p.43). Segundo testemunhos antigos, nesse mesmo lugar do Outeiro, atual Rua Américo de Rezende, a Banda ensaiou numa outra casa, um velho edifício outrora demolido (Lopes, 2010, p.43).


Mais tarde, a Banda alterou de novo o seu local de ensaio para uma outra casa, que se localizava também no lugar do Outeiro, desta feita na Rua da Banda de Música, pertencente a Francisco Gomes da Cruz. Não sabe ao certo a data precisa dessa mudança, o que se sabe em que em 1928 a Banda já ensaiava nesse local (segundo documentos de arquivo, que referem o pagamento de uma renda mensal, à luz dessa data). Porém, em 1934 a Banda foi avisada que teria de procurar outro local. Foi, então neste momento que depois de reunidos, a Banda decidiu avançar para a construção de uma casa ensaio propriedade sua (Lopes, 2010, p.43).


Com ajuda da população, e da cedência de terreno pelo Sr. Manuel Pereira de Amorim, a Banda deu então início à construção do seu edifício sede. Em 1934, segundo vários relatos e documentos a Banda já se tinha instalado na sua nova sede, como nos confirma o “Arrifanense”, de 27 de dezembro de 1934


«Já está devidamente instalada no edifício da sua sede a nossa Banda de Música. Por várias formas vem Arrifana afirmando o seu progresso, e a construção por parte daquele organismo artístico, do bonito edifício em que agora se instalou, é mais um impulso dado ao engrandecimento da freguesia» (Lopes, 2010, p.47).


A primeira sede oficial da Banda de Música

A inauguração oficial da Sede teve início a 6 de janeiro de 1935, que constituiu, «naturalmente, um acontecimento festivo, que registou a presença das autoridades e outros vultos de destaque na freguesia, muito povo, e uma formação dos Bombeiros Voluntários, com o seu comandante, Dinis Reis» (Lopes, 2010, p.47). Neste mesmo edifício, no rés-do-chão alugado inicial para uma loja, em 1975 foi instalada Escola de Música. Este espaço passou a ser ocupado também pela sala da Direção e a arrecadação (Lopes, 2010, p.49).


No início da década de 90, foi equacionada a hipótese do alargamento das instalações da sede da Banda. Depois de anos de análise, e debate do tema, foi assinado a 7 de dezembro de 2000 um protocolo com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Associação da Academia de Música de Santa Maria da Feira e a Banda de música dos Bombeiros Voluntários de Arrifana, para a cedência da Escola Gomes Rebelo para sua sede. Foi necessário recuperar e remodelar o edifico. A sua inauguração oficial data de 29 de setembro de 2001. Durante dois anos este foi um dos polos da Academia de Música de Santa Maria (Lopes, 2010, pp.49-50). Atualmente esta continua a ser a sede da Banda de Música, onde para além de realizarem os seus ensaios, decorrem as aulas da Escola de Música.



A sede atual da Banda de Música

Contaremos mais histórias no futuro acerca da Banda, fiquem atentos.


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Alusivo ao dia 8 de março, Dia Internacional na Mulher, hoje trazemos-vos a história das mulheres na filarmonia, que durante muito tempo não puderam participar. No começo das bandas filarmónicas, por volta do século XIX todas elas eram constituídas apenas por homens músicos, não podendo haver participação feminina. Aliás, o dia 8 de março como o dia que assinala a luta, o reconhecimento e a importância do contributo da mulher na sociedade, foi instituído apenas em 1911. Apesar disso, em Portugal realidade que conhecemos melhor, só após o 25 de abril é que foi dada autorização para as mulheres participarem nas Bandas filarmónicas.


Como nos conta Russo (2007) a Revolução de abril de 1974 e o estabelecimento do regime democrático, permitiu abrir uma nova fase para o movimento associativo, que voltou a intensificar-se e que ficou marcado pela integração das mulheres nas bandas filarmónicas, e que se prolongou até aos finais dos anos 80 (Russo, 2007, p.62).


A história das mulheres como executantes na Banda de Música de Arrifana


Quanto à Banda de Música de Arrifana, só em 1982 é que passaram a ser integrados elementos do sexo feminino. As primeiras executantes foram «Maria Gracelina da Costa Soares Ferreira e Maria Goreti da Costa Soares Ferreira, filhas do regente, seguidas de Rosa Dias Familiar e Ana Maria Dias Familiar, filhas de Zulmiro Ferreira Familiar, executante e posteriormente diretor, Celeste Maria Bastos de Pinho e Elizabete Patrícia da Costa Soares Ferreira, também filha de Belmiro Ferreira…» (Lopes, 2010, p.26).


Estas jovens mulheres foram as percursoras das gerações seguintes de mulheres que atualmente são executantes na banda. Nos dias que correm ao contrário desta época a grande maioria dos executantes são mulheres. Uma conquista importante no percurso feminino, mas também no percurso da nossa Banda e de outras Bandas, que se tornaram mais inclusivas, e abraçam um grupo diversificado de músicos, transmitindo uma lição importante para as gerações futuras.


E, é desta forma que a Banda de Música de Arrifana assinala um dia tão importante, relembrando e dando-vos a conhecer as suas primeiras executantes, aquelas que marcaram toda uma geração, e que ainda marcam. Uma importante conquista para todos nós. É um orgulho fazer parte da história, e fazer história.


Contaremos mais histórias no futuro acerca da Banda, fiquem atentos.


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